Tudo começou de novo com a Ressurreição de Nosso Senhor Jesus Cristo.
Passou o que era velho e tudo se fez novo, a partir de dentro, num
dinamismo plantado no coração de cada cristão que recebe o Sacramento do
Batismo. Caiu a velhice do pecado e do egoísmo, desmoronaram os muros
da desconfiança, da inveja e do ciúme. Os cristãos exultam pela sua
renovação espiritual, pois recuperaram com alegria a condição de filhos
de Deus e podem esperar com plena confiança o dia da ressurreição (cf.
Oração do III Domingo da Páscoa).
Descrever assim a vida pode parecer sonho, quem sabe, uma ilusão, ou
otimismo ingênuo. Alguns chamariam utopia, por não perceberem que o
sentido originário de palavra aponta para o lugar ideal a ser alcançado e
não um projeto imaginário e impossível de se concretizar. É que os
cristãos não têm medo de ver as coisas a partir dos olhos de Deus,
enxergando, além de todas as chagas existentes no mundo, a grandeza o
plano de Deus. “O olho de Deus sobre o mundo é o Coração de Cristo, mas a
pupila é aquela ferida de amor! A ferida está no Coração de Cristo. Ele
foi ferido porque manifestou por inteiro o amor. Ele é o amor do Pai
vindo à terra, e nos amou dando tudo... E nós, se vivermos como Ele,
poderemos olhar por dentro e ver a Deus, e o Pai pode olhar dentro da
chaga do Coração de Cristo e ver a todos nós” (Chiara Lubich, cf. Nuova
Umanità 2012/2, p. 167).