A referência maior na realização das pessoas é o amor. Não qualquer amor, mas aquele entendido e qualificado pela dimensão comunitária, humano e isento de qualquer egoísmo. Ele é a síntese da relação existente na Santíssima Trindade.
O amor está envolvido num mistério que ultrapassa os limites do humano e do físico. Ele é insustentável se não se envolve com o nível sobrenatural de fé, com a adesão ao mistério que aparece no Pai, no Filho e no Espírito Santo.
O verdadeiro amor é de bondade. Nunca de vingança, de proveito egoísta e de exploração. É compassivo e misericordioso. O mal tem fim, e a misericórdia é duradoura. O amor é a síntese de tudo isto, trazendo como consequência, a felicidade plena.
Um dado imprescindível do verdadeiro amor é a fidelidade. Assim podemos dizer que o amor é um dom, é a superação das contradições e de tudo aquilo que chamamos de cadeia do egoísmo. A expressão concreta da liberdade vivida com responsabilidade.
Uma das marcas do amor é a alegria, a vivência concreta e saudável de uma vida feliz. Fidelidade duradoura, de compromisso, paixão pelo que realiza e de partilha de pensamentos e sentimentos. Isto não é uma realidade matemática, mas de investimento pessoal.
Toda pessoa deveria ser alguém que ama e que é amada. Nem sempre isto acontece porque falta a fidelidade mútua no amor. Com isto ele se enfraquece e perde sua identidade. Creio que podemos até dizer que um solitário não ama.
A Festa da Santíssima Trindade é a festa do “Deus amor”, Deus comunidade, de um amor que transborda e chega até nós. Amar é doar-se, é sair de si com ações de verdade. É nisto que nos tornamos “imagem e semelhança de Deus” (Gn 1, 26).
Há alguns traços que são de quem verdadeiramente ama: bondade, fidelidade, comunicação, espírito comunitário, diálogo etc. A relação existente na Trindade Santa faz com que Deus seja único. Entre nós, mesmo com todas as imperfeições, não deve ser diferente.
Dom Paulo Mendes Peixoto
Bispo de São José do Rio Preto.
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