A
palavra “amor” está envolvida de predicados, de qualidades, de situações e
expressões que, na visão da Sagrada Escritura, tudo se resume na frase “amar a
Deus e amar o próximo como a si mesmo”. Ela constitui o maior de todos os
mandamentos da vida.
O
amor tem uma força que, às vezes, até explode dentro da pessoa. Mas tem que ser
bem canalizado, não deixando que se transforme em atitudes de agressão e
prejuízo para os que o detêm e para aqueles com quem a pessoa convive.
Pela
força do amor podemos até esvaziar nossa vida para fazer o outro feliz. Mas pode
acontecer o contrário, experimentando um falso amor e explorar a vida alheia. É
um amor que se transforma em ódio e violência, podendo ocasionar até morte.
Em
Deus, o amor é uma vocação, um caminho de acesso à realização plena, que só
acontece de forma gratuita. Esta prática supõe fazer ao outro aquilo que
gostaria que fosse feito à gente mesmo, mas dentro da realização da gratuidade.
Sentimos
um grande desgaste na palavra amor nos últimos tempos. A cultura atual é
marcada pelo individualismo, causando fechamento, egoísmo e falta de calor
humano. Não existe amor sem relacionamento e diálogo. Ele acontece em relação
ao outro, ao próximo ou a Deus.
O
amor-relação, que deixa como legado a fraternidade, tem como exigência
fundamental a fé cristã. Só assim ele será vivido no meio de tribulações e
desafios. É o que lhe dá força e gratuidade. Um amor que vai além da dimensão
simplesmente humana.
Na
vivência da fraternidade, não se pode confundir o próximo com uma pessoa
necessitada. É principalmente com quem convive e partilha a própria vida, e com
quem cria relacionamento fraterno e o defende em todas as situações.
O
amor condiciona a pessoa para uma verdadeira e sólida alegria, um coração
realizado e profundamente feliz. Isto é capaz de superar todo tipo de rancor e
de vingança. Provoca luta pela justiça social e por um mundo melhor.
Dom Paulo Mendes Peixoto
Bispo de São José do Rio Preto.
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