sábado, 30 de julho de 2011

Saber Partilhar!


A palavra “partilha” tem uma dimensão de esperança, de realidade nova e de mundo novo. Ela desafia o sistema de acúmulo que causa tantas consequências que ameaçam a vida das pessoas. Onde acontece de verdade a partilha, não existe necessitados.
Apesar do espírito de partilha e de fraternidade de muitas pessoas, a estrutura da sociedade hodierna reflete sintoma de pessimismo, de fechamento e de concentração de bens. Com isto, a esperança de um mundo mais fraterno e humano é, também, de forma pessimista.
Mesmo assim, devemos sonhar com um “novo tempo”. Isto faz parte do contexto da fé, assentado nas promessas divinas de um mundo melhor, no saber partilhar os bens da criação. Tudo que existe do Criador foi destinado para dar qualidade de vida para todos.
As comunidades têm muitos sonhos. Eles alimentam a esperança e os projetos de futuro. Já nos povos antigos esta consciência estava muito evidente nas pessoas. É a expectativa e a confiança na luta pela conquista de uma vida melhor e de fraternidade.

sexta-feira, 29 de julho de 2011

Liturgia - 18º Domingo do Tempo Comum


“Meu Deus, vinde libertar-me, apressai-vos, Senhor, em socorrer-me. Vós sois o meu socorro e o meu libertador, Senhor, não tardeis mais.” (cf. Sl 69,2.6).

Meus irmãos,
Jesus nos convida hoje a repartir o pão da palavra e o pão do alimento diário, nesta nossa peregrinação rumo ao Reino das Bem-aventuranças.
A Primeira Leitura, retirada do profeta Isaías 55,1-3, traz o convite do Senhor Deus para o banquete messiânico, oferecido aos que não têm dinheiro para comprar. Essa Leitura faz-nos, ainda, entender melhor o sentido da Multiplicação dos Pães segundo o Evangelho hodierno (cf. Mt 14,13-21). Isaías apresenta o convite para o banquete messiânico. Is 55 é a conclusão do “Segundo Isaías”- as profecias da escola de Isaías durante o Exílio Babilônico. O povo no Exílio é representado como faminto e sedento – as carências daquele outro exílio, o êxodo do Egito, ao qual o Exílio muitas vezes é assemelhado. Mas é fome e sede do Deus vivo e próximo – falta-lhes o Templo. Estão no perigo de se contentar com um sucedâneo: os deuses da Babilônia. Mas nenhum ídolo, pago com ouro ou prata, pode aliviar a sede do Deus vivo.

segunda-feira, 25 de julho de 2011

Inverno da Fé


Aparentemente, o âmbito da prática religiosa, caminha em contexto contrário ao do aquecimento global.  Neste, temos dados estatísticos perturbadores, que sinalizam catástrofes, a serem provocadas,  pela elevação progressiva da temperatura terrestre. Na prática religiosa cristã trabalhamos com informações contrárias.  Parece que em certos ambientes religiosos se aproxima uma era glacial. O crescimento explícito do Reino não é uma linha reta. Ora cresce com grande vigor, ora estiola e regride  irreversivelmente. Como nos alarmes de segurança, no entanto, plantados nas casas, ou nos automóveis, há muitos alarmes falsos, (que só servem para assustar inutilmente seus donos), também as profecias sobre a Igreja e o crescimento do Reino podem ser um grande equívoco. Assim, os enciclopedistas deram avaramente só mais uns 20 anos de existência à Igreja. O comunismo prometia extinguir a religião numa geração. Tais pessoas querem prever fatos, quando na realidade expressam desejos.

domingo, 24 de julho de 2011

Ao encontro do Senhor

Pelo terceiro domingo consecutivo, a liturgia nos dá uma página de parábolas. Jesus usa as parábolas para facilitar a compreensão do mistério de Deus. Usando imagens conhecidas para aqueles que o escutam, o Senhor mostra sua capacidade comunicativa e a sua vontade. Necessitamos de estar sempre aprendendo a falar com palavras simples e compreensíveis os profundos mistérios da nossa salvação!

As parábolas nos remetem a uma opção fudamental de busca sincera do Senhor. Vamos ouvir falar de algo precioso, que muda a vida das pessoas. Um homem encontra um tesouro durante uma escavação, recobre tudo e compra o campo. Um colecionador de pérolas, o objeto mais precioso na antiguidade, encontra uma pérola extraodinária, e a compra. A idéia básica é a mesma: a vida é uma busca, e somente Deus conhece o que pode preencher os nossos corações. Somente Deus sabe o que faz ao ser humano autêntica, verdadeira e profundamente feliz. Às vezes, encontramos Deus sem procurá-lo, como aquele que encontra o tesouro escavando. Outras vezes, ao contrário, o encontro com Deus é o pouso depois de uma longa e laboriosa busca que pode durar toda a vida. O que estamos procurando? Estamos ainda procurando?
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sábado, 9 de julho de 2011

O valor da semente

A semente é símbolo de esperança, de fartura e de colheita abundante. Mas depende de seu cultivo, de ser lançada na terra e fertilizada com os insumos necessários para o seu verdadeiro desenvolvimento. Não basta ser jogada na terra e deixá-la sem cuidado.
Tanto a semente como a terra têm que ser boas. Aí está a base para os bons frutos, frutos de qualidade e em condição para atender os objetivos para os quais são destinados. Esses objetivos devem coincidir com o que identificamos como esperança numa semente.
A Palavra de Deus é comparada com uma semente. Quem a anuncia é como o semeador que vai ao campo para plantá-la. Ele encontra inúmeros tipos de terrenos, isto é, de corações humanos onde é lançada essa semente-palavra. A terreno é sinônimo de vida, como a vida das pessoas.
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sexta-feira, 8 de julho de 2011

Pedi e recebereis

A oração é a expressão da nossa relação com Deus, como o único absoluto. Na oração, o homem se volta para Deus, reconhecendo a si mesmo como criatura, relativizando a autossuficiência. Por isso, rezar para ser elogiado é colocar-se como centro, falsificando a oração.
Mas há uma nova perspectiva: essa relação deve ser de confiança e intimidade, como a de um filho para com o seu pai.
Como diz Nosso Senhor Jesus Cristo, o ser humano não dará uma pedra ao filho que lhe pede pão, nem dará uma cobra, se ele lhe pede peixe.
Se o ser humano, que é passível de pecar sabe dar coisas boas a seus filhos, quanto mais o Pai do céu? Ele dará coisas boas aos que lhe pedirem.
Alguém já afirmou que “a oração é a força do homem e a fraqueza de Deus”. Sabemos que Deus nunca é fraco. A palavra “fraqueza” aí significa bondade, misericórdia, compaixão. Significa que Deus se compadece de nós quando somos sinceros, fieis e pedimos aquilo que será bom para nós e para nossos semelhantes.
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quinta-feira, 7 de julho de 2011

Semear a Palavra de Deus

"Um semeador saiu a semear ..." É o início da parábola que está no centro do Evangelho deste 15º. Domingo do Tempo Comum (Mateus 13,1-23); um início simples, quase trivial, como parece mais óbvio em seguida: no difícil terreno palestino de então, a semente espalhada "como chuva" cai apenas parcialmente em terra boa, onde irá dar frutos, em grande parte se perde no terreno seco, ou entre as pedras ou entre espinhos.
Com algumas exceções, todas as parábolas apresentam semelhantes traços da vida comum, de pouco interesse à primeira vista: a pesca pobre ou abundante, um homem assaltado por ladrões em uma estrada solitária, um pai que luta com os delírios dos filhos, dois homens que vão orar, uma mulher que percebe ter perdido uma moeda, uma outra prejudicada por falha na justiça.
Pode-se perguntar de onde vem o encanto dessas histórias, ainda vivas após dois mil anos em um mundo mudado radicalmente. A resposta, paradoxalmente, está no fato de que elas não mostram circunstâncias extraordinárias, mas sempre a partir dos pequenos problemas em que nos encontramos presos ou que conhecemos e que hoje também poderiam nos afetar: problemas de todos, como sempre, essencialmente os mesmos que há dois mil anos atrás – mudou apenas no modo externo. Por isso nos envolvem, pois numa ou noutra podemos nos reconhecer, mas muitas vezes as vivemos de uma forma superficial, entediados ou irritados. As parábolas nos fazem descobrir uma dimensão mais profunda, que as removem da banalidade e conferem ao cotidiano toda a espessura da vida real.
 

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